
Na Esplanada e contra Temer, apenas manifestante solitário está presente nesta tarde
No último sábado, o mineiro de 56 anos deixou a casa e os filhos e se enfiou num ônibus na rodoviária de Ponte Nova (MG), a 190 quilômetros de Belo Horizonte. Foram 15 horas de viagem e 910 quilômetros, até chegar ao Planalto Central. Trouxe uma mochila com roupas, água, algum dinheiro e uma faixa de protesto contra o Congresso e o governo de Michel Temer.
André Rhouglas, 56, era o único manifestante na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Morador de Ponte Nova (MG), está na capital federal desde segunda-feira, dia 30. A Câmara inicia hoje a sessão que vai analisar a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer.
Nesta quarta-feira, 2, dia em que o parlamento vota a denúncia contra Temer, Rhouglas esperava uma multidão no gramado do Congresso Nacional. Encontrou a grama seca e um vazio absoluto da Esplanada. Nenhum outro manifestante sequer. “É uma frustração muito grande”, diz ele. “Brigamos tanto em 2013 por causa de 20 centavos. Hoje não mexemos nem um dedo por centenas de bilhões que são roubados todos os dias. Ficamos parados no sofá, olhando tudo e reclamando, sem fazer nada”.
Pedreiro, garçom, pintor e desenhista de faixas, Rhouglas trouxe consigo uma cruz de madeira, para simbolizar “o sacrifício do povo brasileiro”. Na última noite, conseguiu colocar o objeto na laje do Congresso, ao lado da grande cuia que cobre o Senado Federal. “Confiscaram minha cruz, quebraram ela, mas não vou embora. Viajei até aqui para protestar”, diz André Rhouglas, indignado.
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